
A primeira parte foi perto do péssimo, a segunda foi bastante melhor e, nesse melhor, o Vitória foi superior. Marcou à hora de jogo e agarrou-se a isso para ganhar um dérbi presenciado por cerca de 3.500 espectadores. Com maioria para o clube da cidade de Guimarães.
Pensando bem… podia ter sido tão melhor

Não falemos de 45 minutos para esquecer, mas também não pensemos neste extrato para mostrar lá fora um futebol que se quer melhor. Não há dúvidas de que o facto de serem duas equipas com uma classificação abaixo do esperado interferiu bastante, embora não seja essa uma razão que justifique um jogo tão aborrecido e preso. De paragens exageradas a apitos em demasia, as explicações são múltiplas, embora nenhuma contrarie que os pontos parecem estar ao preço do gasóleo. Muita luta, muitos duelos, pouco espetáculo, rara qualidade.
O Vitória começou melhor, mais dinâmico e a aproveitar uma sensação de inferioridade territorial que o Moreirense demonstrou: recuou no começo para estancar essa dinâmica do vizinho e usou as armas que dispôs para isso, desde a organização defensiva e o rigor posicional a algumas demoras (nada de exagerado, atenção) nas reposições de bola. Tirando uma excelente oportunidade de Rafa Soares a abrir, fruto de um ótimo trabalho de Tiago Silva, pouco mais os vitorianos criaram.

À medida que o relógio avançou, o Moreirense foi conseguindo ter mais bola no meio-campo contrário, à conta de um Jefferson muito ativo com bola e de um Franco com grande margem no terreno para apoiar um lado e o outro. Muito melhor à direita do que à esquerda, os cónegos tiveram os seus momentos de algum perigo, normalmente bem resolvidos por Bruno Varela. Ainda assim, dava a sensação de que a defesa vitoriana, com Mumin e Borevkovic de volta a uma dupla poucas vezes feliz, podia ser mais bem explorada pela equipa de Sá Pinto.
Depois do intervalo, que chegou com agrado para todos.
Com o frio, o jogo ficou quente
Se o intervalo era aguardado com expectativa, nem todos o aproveitaram para apresentar melhorias. O Moreirense não as teve, pelo contrário decresceu na qualidade na segunda parte, embora tal também se deva ao que melhorou do outro lado.

Tiago Silva já tinha estado bem, mas quem o acompanhou no trio de meio-campo subiu uns furos (Janvier sobretudo) e a equipa ficou mais ligada, mais intensa e mais enérgica nas ações com bola. Rafa Soares, mais do que Maga, também foi regular nas subidas e, tudo somado, passou a ser um Vitória mais acutilante à procura do golo, sem que o Moreirense fosse capaz de sair em contra-ataque para, pelo menos, fazer o adversário pensar duas vezes antes de se balancear para o ataque.
No melhor período vitoriano, o golo chegou com justiça e com Rochinha a vestir o papel de herói – que lhe fica bem, por sinal.
Meia hora pela frente e, definitivamente, necessidade de reação de um Moreirense que vira toda a concorrência direta ganhar nesta jornada. As primeiras alterações de Sá Pinto não resultaram e só com André Luís em campo a equipa se conseguiu impor em termos territoriais, colocando o Vitória mais recuado a evitar as investidas. A maioria por Yan Matheus, claramente um jogador diferenciado numa equipa em que nem Mirallas foi capaz de ter apontamentos superiores.
E começa a ficar realmente complicado, ao contrário do Vitória, que melhorou a sua situação.